Fio da Meada #13 | Regozijando
Hackeando o Twitter, os piores gráficos do mundo e a relevância cultural
Depois da minha semana sabática de Repous.AI da atual ex-firma chega a edição #13 do Fio da Meada News depois de quase um mês.
Disse isso lá trás e reforço que por ser um projeto pessoal criado em meio à pandemia, ainda estou entendendo como inclui-lo na minha rotina. Depois da proposta de identidade e das seções, meu desafio está agora na frequência. Conto com sua compreensão leitor(a) e continuo tentando aparecer por aqui de 15/15.
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Pode isso, Arnaldo?
Já imaginou um relatório criado em 240 caracteres? Pois é, vi no ProductHunt o lançamento do site que produz gráficos no Twitter. Depois do lançamento, rolou uma thread um pouco polêmica do professor de economia e colunista da Nexo Claudio Ferraz:
Os twitteiros começaram a dividir opiniões com dois principais temas centrais:
pedir aos jovens da Geração Z e Millenials começarem a aprender a interpretar gráficos de forma correta e parar de serem cringe;
pedir ao próprio professor que problematizou no Twitter, a dar uma colher de chá e ele mesmo se prontificar a ensinar a galera;
Afinal, pode isso de ficar criando gráficos aleatórios no Twitter? Rigor científico pira ou é muita problematização?
Fato é que se muitas pessoas ainda são analfabetas digitais, a ausência na alfabetização pelos dados ainda é maior.
Em um estudo feito no EUA pela The Human Impact of Data Literacy, apenas 21% dos estudantes entrevistados de 16 a 24 anos, são alfabetizados em dados. Só daí a gente já consegue entender no impacto disso na leitura das notícias, o aumento de fake news e desinformação por aí fora.
Outro bafafa sobre esse assunto, foi o viral da Gabriela Prioli e o Monark que reforça bem o estudo que citei acima. Conversar a gente pode, mas usar de argumento falacioso sem um número, não dá. Agora, e quando o número é manipulável? Foi o que eu coloquei em um tweet esses dias:
Pra sacar como não entrar em pegadinhas com a interpretação de dados e não parecer o Tio do Pavê nas conversas alheias, fica de olho quando chegar algum tipo de argumentação com dado e faça as TOP 3 perguntas:
Quem fez este estudo (organização sem fins lucrativos, empresa privada, governo etc.) mudou de posicionamento recentemente sobre o tema?
A fonte desse dado tem algum interesse direto no assunto? Ex.: Uma empresa de laticínios apoiar pesquisas sobre os benefícios do leite no corpo humano.
Quando ler algum tipo de representatividade em %, ex.: “X % dos brasileiros preferem um determinado partido político" pergunte-se: quais brasileiros?
Regozijando com a estatística
Depois do que eu vi no SXSW sobre a importância de analisar uma marca culturalmente, veem o Twitter e Kantar e pimba, lançam um paper sobre a relevância cultural para a visibilidade das marcas - claro, focando na rede do passarinho.
O que me chamou atenção é a simplicidade na qual a proposição dessa análise é válida para aplicar no dia a dia de campanhas publicitárias, especialmente com históricos de campanhas.
Imagina se desse para criar um coeficiente do ‘regozijamento’ do Gil? Ou seja, uma métrica de sucesso para entender se a aceitação e aquisição de cadastros recebidos na campanha do banco Santander, por exemplo, teve correlação com a quantidade de comentários positivos, incentivada pela aparição dele na campanha da Vigor?
Fiquei curiosa se poderia ser possível fazer isso, então pensei na engenharia reversa do que foi feito no estudo por exemplo, no slide 6. Depois de validar com a minha professora de estatística (Cris, um beijo), o que foi feito basicamente foi usar duas variáveis aqui:
a 1ª foi o índice de relevância cultural que precisa obrigatoriamente ser um dado numérico e não categórico tipo nível ‘bom’, ‘regular’, 'ruim’ (aqui é uma caixa preta que a Kantar não disponibilizou em detalhes no estudo, mas pode ser uma variável que una menções na mídia, repercussão de publicações das marcas, brand tracking de últimas campanhas enfim);
a 2ª foi a receita $$$ dessas 100 marcas, daí, a partir disso, basicamente cria-se duas colunas no excel onde eles usam a fórmula básica de correlação. Se estiver mais próximo de 1 a correlação é alta se estiver mais próximo do 0 é baixa.
Achei uma saída boa pra não cair naquele erro comum em considerar que toda correlação implica causalidade e encontrar Nicolas Cages sendo associado com a quantidade de pessoas afogadas em uma piscina (old but good).
Da nostalgia a share of trends
Como não usar gráficos zoados? Esse site WTF visualizations fez TUDO e colocou ali os piores gráficos pra você evitar cometer aquela gafe naquela apresentação;
Depois desse hino no TikTok de não saber que geração você é, venha sentir a nostalgia nesse site do WordArt, porque tenho certeza que tu viveu alguma parte dos anos 2000.
Descontinuar páginas em social, é o futuro trend? Esse foi o desejo da Starbucks querendo encerrar sua página no Facebook na Buzzfeed e agora veio a Adidas, dizendo que se deu bem melhor diminuindo seu portfólio e virar um share of trend.
Obrigada por ler até o final! Quer fazer algum comentário? Clique aqui ou compartilhe a newsletter clicando no botão abaixo e ajude uma escritora iniciante.
👩💻 Fio da Meada News é criado por Ana Talavera | comunicóloga de formação e especialista em pesquisas de comportamento de consumo através da coleta, mineração e análise de dados provenientes de mídias sociais.